segunda-feira, 12 de junho de 2023

Os antepassados de Domingos de Sousa Rocha e a origem da família Sousa Rocha de Viamão

A família Sousa Rocha, especialmente localizada em Viamão, mas também com ramificações em outras cidades, como São Borja, tem como seu patriarca , nascido em 1765 em Nossa Senhora do Desterro (Florianópolis), SC. Domingos chegou a Viamão com seus pais aos dois anos de idade, conforme consta no processo de habilitação matrimonial de seu primeiro casamento, fixando-se num lugar denominado "Areias Gordas" (autos do processo eclesiástico de habilitação, 1782).  São seus pais os açorianos, oriundos da ilha Terceira, Amaro de Sousa e Ana Vicência que, possivelmente, casam-se em Rio Grande em torno de 1754, tendo nascido lá a filha Mariana, em 22 de novembro de 1754. Podemos supor que a invasão castelhana de Rio Grande em 1763 os faz passar a Santa Catarina, onde nasce Domingos, e finalmente se estabelecem novamente no Rio Grande do Sul, onde recebem data de terras em 1770: 562.500 braças quadradas na Vila Real da Santana, Viamão, até entestar com o pântano até o pé das Areias Gordas.

Em 1782 Domingos habilita-se para se casar com Vicência Eufrásia da Silveira, filha de Manuel da Silveira e Ana Maria. Não encontramos o óbito de Vicência em Viamão ou em Porto Alegre entre 1782 e 1784, mas em fevereiro de 1785 Domingos tem o primeiro filho com outra esposa, Maria Francisca de Jesus (filha de Amaro Teixeira e Maria de Jesus). Ao mesmo tempo, Vicência Eufrásia da Silveira tem filhos com seu esposo Nicário Antunes Pinto já em 1784, o que nos leva a supor que o primeiro processo de casamento de Domingos não resultou em casamento de fato, tendo os habilitandos optado por outros cônjuges.

Do casamento com Maria Francisca Domingos tem ao menos dois filhos, Luciano (ou Laureano, morto na primeira infância) e Joaquim de Sousa Rocha que, ausente quando do inventário do pai, deixará larga descendência em São Borja/RS. Maria Francisca morre possivelmente em torno de 1786, já que em 1787 Domingos casa-se com sua última esposa, Inácia Maria do Nascimento (filha de Manuel Caetano de Sousa e de Inês de São José). Com Inácia, terá ao menos 15 filhos, que deixarão larguíssima descendência em Viamão, frequentemente com a manutenção do sobrenome composto Sousa Rocha até ao menos o século XX ou com apenas com o sobrenome Rocha. 

Descendo sete vezes de Domingos de Sousa Rocha e de sua última esposa, em uma rede familiar com intensa endogamia, através de meu avô paterno, meu avô materno (sua varonia) e minha avó paterna.

Domingos morre em 1831 e é inventariado no mesmo ano.

Recentemente, localizei o batismo de Domingos de Sousa Rocha, o que me permitiu esclarecer melhor a origem da família Rocha nos Açores. Transcrevo o batismo de Domingos, conforme consta na Igreja Paroquial de Nossa Senhora do Desterro:

"Domingos
Aos quatorze dias do mes de Agosto de mil e Sete Centos
e Secenta e Sinco annos nesta Parochial Igreja de nossa
Senhra do Desterro da Ilha de Santa Catharina; bapti-
zei e pus os Santos oleos a Domingos filho legitimo
de Amaro de Souza natural e baptizado na Freguezia
de Santa Luzia da Ilha Terceira, e de Anna Vi-
cencia de Jesus natural e baptizada na Freguezia
de Sam Bertolomeu da dita Ilha, neto pela par-
te paterna de Manoel Nunes natural e baptizado
na ilha do Pico e de Josepha Maria natural e bapti-
zada na dita freguezia de Santa Luzia, neto pe-
la parte materna de Antonio da Roza Compaço, e
Maria Luis naturais e Baptizados na dita freguezia
de Sam Bertolomeu todos do Bispado de Angra; Foy
Padrinho Ignacio Custodio de Souza, e madrinha Luiza
Rosa do Sacramento mulher de Antonio da Silva
de Carvalho, de que para constar fiz este asento
no dia, mes e anno ut Supra
O Coad.or Marcellino de Souza e Abreu"

Nota-se, pelo registro, que o sobrenome Rocha, aí transcrito erroneamente como Rosa, segue por via materna, como é comum entre a transmissão de sobrenomes portugueses, e que trata-se da conhecida família açoriana Rocha Compasso: família ramificada e com geração não apenas nas ilhas, mas também no continente (Lisboa) e em outros estados do Brasil (Minas Gerais, Rio de Janeiro, Maranhão, nos séc. XVIII e inícios do XIX: futuras pesquisas poderão mostrar a imensa abrangência dessa família, ora apenas com o sobrenome Rocha, ora com a manutenção do sobrenome composto, Rocha Compasso).

Em relação ao avô paterno, natural da ilha do Pico, temos apenas o registro de seus pais, o homônimo Manuel Nunes e Maria Valim. Por outros ramos, entre eles o Rocha, chegamos até o séc. XVI, alcançando a sétima geração (os pentavós) em alguns ramos, conforme veremos na árvore de costados que segue abaixo.

 

Costados de Domingos de Sousa Rocha

 

Primeira Geração


1. Domingos de Sousa Rocha nasceu em Nossa Senhora do Desterro, S.C.. Foi batizado em 14 de agosto de 1765 em Nossa Senhora do Desterro, S.C.. Ele morreu em 10 de agosto de 1831 em Viamão.



Segunda Geração


2. Amaro de Sousa nasceu em Santa Luzia, Ilha Terceira, Açores. Casou-se com Ana Vicencia antes de 1754.Casou-se novamente, com Maria de Jesus, em 1793.


Alguns dados biográficos:

Em 1798 dá carta de liberdade à "crioulinha de nome Genoveva, de 5 anos, por obra de caridade, recebendo apenas 20 mil reis do pai dela". Assina à rogo, Alf. Antonio José Bernardes, por não saber ler nem escrever.

É provável que seja o "Amaro de Souza Machado", do qual se registra o óbito em Viamão, 2.6.1816:



 3. Ana Vicencia nasceu em torno de 1723 em Sao Bartolomeu da Sé de Angra, Ilha Terceira, Açores. Ela morre em 14 de maior de 793 em Viamão.


Anna Francisca de Jesus

ou Ana Vicência de Jesus, tal como é citada no segundo casamento do viúvo.

ou Ana Vieira, segundo batismo da filha Maria (Maria Joaquina da Conceição)

ou Ana Vicencia (óbito)

 

Registro do óbito:

Aos catorze de Maio de 1793 nesta freguesia

de Viamão faleceu da vida presente com todos

os sacramentos Anna Vicencia natural das Ilhas

de idade de Setenta anos, pouco mais ou menos,

casada que foi com Amaro de Souza.

Foi sepultada em cova da Irmandade das Almas

por ser irmã.

fez apontamento que não apresentarão. De que fiz este.

O Coadjutos Antonio Glz Cruz.


Segundo o neto mais velho (Luciano) seria de São Bartolomeu (e o esposo de Santa Luzia).

Segundo a filha Mariana seria (ela e o esposo) de Santa Barbara das Nove Ribeiras.


Terceira Geração


4. Manuel Nunes nasceu na Freg.ª de N. Sr.ª da Piedade da Ponta do Pico. Ele casou-se com Josefa Maria em 04  de fevereiro de 1728 em Santa Luzia, Angra, Ilha Terceira, Açores.

Casamento:

Testemunhas: o Padre Antonio Pereira da Silva e o Capitão Antonio Nunes Neves.

Natural e batizado ele contraente na freguesia de Nossa Sra da Piedade do lugar da Ponta da
da Ilha do Pico.

5. Josefa Maria nasceu em 12 de março de 1701 em Santa Luzia, Angra, Ilha Terceira, Açores. Elafoi batizada em  19 de março de 1701 em Santa Luzia, Angra, ilha Terceira.


Padrinho do batismo::Antonio Ferreira, oleiro, freguês desta freguesia.



6. Antônio da Rocha Compasso nasceu em São Bartolomeu da Sé de Angra, Ilha Terceira, Açores. Ele se caou com Maria Luis em 10 de agosto de 1722, em Sao Bartolomeu da Sé de Angra, Ilha Terceira, Açores.


O sobrenome "Rocha Compasso" confirma-se em seu casamento, apesar do registro de se nome no batismo do neto Domingos como "Roza Compaço"

Transcrição do casamento:

Em os des dias do mes de Agosto do anno de mil Sete Centos vinte
e dois sendo de manhão em esta Parochial Ig.ra do Apostolo
São Ber.meu Lugar dos Regatos do termo desta Cid.e de Angra
desta Ilha 3ª por mandado do Mto R.do Provizor o D.or Fran.co
da Fon.ca Carvao q fica em nosso poder em prezença das tes-
temunhas abaixo assignadas o Sarg.to Fran.co Luis e João Luis
fregueses desta d.a Parochial e de outras mais pessoas q prezentes
estavão e de mim Simão Cardozo Toste cura desta mesma
Ig.ra se receberão in facie ecclesia Solemnem.te na forma do
Sagrado Concilio Tridentino sem se descobrir impedim.to al-
gum nem o sabermos An.to da Rocha filho de An.to Frn.a
Compaço e de sua m.er M.a Ferr.a ja defunto freguzes desta
D.a Parochial, onde elle contrahente foi bautizado e deso-
brigado a quaresma proxima passada com M.a Luis filha
legitima de Manuel Gaspar e de sua m.er M.a Luis ja
defuntos outrosim bautizada nesta mesma Parochial
e desobrigada a quaresma proxima pasada em a Pa
rochial Ogr.a de Santa Barbara do lugar da Nove
Ribr.a desta d.a Ilha, e lles dei as bençoes conforme o Ri-
tual Romano e em tudo mais guardei a forma do Sa-
grado Concilio Tridentino e Constituições deste Bispado
e p.a constar fis este termo q assignei com as d.as tes-
temunhas dia mes e anno us sup.


7. Maria Luis nasceu em São Bartolomeu da Sé de Angra, Ilha Terceira, Açores.


Quarta Geração


8. Manuel Nunes nasceu na Freg.ª de N. Sr.ª da Piedade da Ponta do Pico. Ele morreu antes de 1728. Casou-se com Maria Valim em torno de 1703.


Naturais e moradores nesta freguesia de Nossa Senhora de Piedade da Ponta termo da vila de Laguns moradores no lugar de Maratequa desta freguesia.

9. Maria Valim nasceu na Freg.ª de N. Sr.ª da Piedade da Ponta do Pico.




Há muitas Maria Valim na freguesia e no período, não sendo possível saber qual delas é a antepassada de Domingos, mesmo a partir do registro de madrinhas solteiras em que é citado o nome dos pais das madrinhas.



10. Belchior da Costa morreu antes de 1728. Ele se casou com Luzia de Sousa em 19 Jan 1687 in Santa Luzia, Angra, ilha Terceira**.

Belchior ou Melchior da Costa, cabouqueiro, morador em o Posto Sancto:

 

Cabouqueiro:

m.q. Cavouqueiro.

1.

aquele que abre cavoucos; cavoucador.

2.

trabalhador de minas ou pedreiras.

**Identifico o casamento de Belchior da Costa e Luzia de Sousa com esse:

Belchior da Costa e Luzia da Costa, 19.1.1687, Santa Luzia,

ele filho de Belchior da Costa e sm Isabel Nunes

ela filha de João da Costa digo Rodrigues d'Horta e de sm Maria da Costa.

http://culturacores.azores.gov.pt/biblioteca_digital/TER-AH-SANTALUZIA-C-1669-1699/TER-AH-

SANTALUZIA-C-1669-1699_item1/P42.html



Não há filhos de Belchior da Costa e Luzia da Costa em Santa Luzia.

Os filhos de Belchior da Costa e Luzia de Sousa passam a nascer a partir de 30.11.1687, 10 meses

daquele casamento, portanto.

(recuei até dezembro de 1682 procurando por filhos)

Um dos filhos de Belchior da Costa e Luzia de Sousa é batizado por uma filha de João Rodrigues (tia da

criança, considerando o pai de Belchior da Costa como sendo João Rodrigues d'Horta).

Antes do casamento há um Belchior da Costa, filho de Belchior da Costa, soldado do Castelo, que

aparece como padrinho de uma criança (Maria, filha de Manuel Pacheco e Maria Nunes, 10.9.1684).





11. Luzia de Sousa .


12. Antônio Fernandes Compasso .Antônio casou-se com Maria Ferreira em maio de 1681 em São Bartolomeu da Sé de Angra, Ilha Terceira, Açores.


No casamento: Antonio Fernandes.


13. Maria Ferreira .


14. Manuel Gaspar .Manuel casou-se com Maria Luís em 20 de outubro de 1690 em São Bartolomeu dos Regatos, ilha Terceira.


Transcrição do casamento:

Em os vinte dias do mes de outubro de

mil eseis sentos e noventa recebi in facia

Eclezia per M.do do R.do procuz.or Doutor

Fran.co da Fon.ca Carceão a Manoel gaspar

viuvo de Maria Frr.a e a Maria Luis filha

de João Luis e de sua m.er Margarida Gliz todos

freguezes desta freguezia do Apostolo S. Bar-

tholmeu forão testemunhas Matheus


filho do [...] diogo Pr.a e sebastião m.do e

ria Roiz m.er de F.co corceelo de que fis este termo

O Cura Sebastiao Cardoso de Mello


http://culturacores.azores.gov.pt/biblioteca_digital/TER-AH-SAOBARTOLOMEU-C-1654-1698/TER-AH-

SAOBARTOLOMEU-C-1654-1698_item1/index.html?page=139



15. Maria Luís .


Quinta Geração


20. Belchior da Costa .Belchior casou-se com Isabel Nunes em 15 de junho de 1645 em Angra (São Pedro), Angra do Heroísmo, ilha Terceira.


21. Isabel Nunes .

 

22. João Rodrigues d'Horta .João casou-se com Maria da Costa.


23. Maria da Costa morreu antes de 04 Feb 1694.


24. Andre Fernandes nasceu cerca de 1616 em São Bartolomeu dos Regatos, ilha Terceira. Ele morreu antes de 14 de maio de 1684. Casou-se com Barbara Vaz em 11de fevereiro de 1641 em São Bartolomeu da Sé de Angra, Ilha Terceira, Açores.



Transcrição do casamento:

Em os onze dias do mes de fev.ro de mil seis centos e corêta

e hum anos Recevbi eu o p.e diogo [...] vig.ro confirmado

nesta parochial de S. Br.m per hum mandado doS.er prior

o conego Leonardo de Sao Maior prebendado en a faneta

see do salvador pelos mui R.dor S.er desembargado seda vacante

em todo este bpado a Andre Frz fo de Antonio Frz e de sua mer

Isabel da Rocha com Barbara Vaz f;a de B.eu vas de sua m.er

Marg.da Vaz todos fregueses da dita freguesia guardado

em tudo a forma do sagrado conc. trid. tt.as do pre

sentes o capitao Cristovao de Lemos de mendonça fregues da

sancta see do salvador e franco drra. do salto

Frnco frz tristao pro frz Brasil Peo anes todos fregueses

desta dita freguesia e outras muitas pessoas e per verdade asignei

ut supra



25. Barbara Vaz morreu antes de 14 de maio de 1684.

26. Antônio Ferreira .Antônio casou-se com Ana Vieira.

27. Ana Vieira .

28. Pedro (Pero) Rodrigues .Pedro casou-se com Maria Gaspar em 14 de maio de 1646 em São Bartolomeu dos Regatos, ilha Terceira.


29. Maria Gaspar .


30. João Luís was born in Santa Bárbara, Angra, Ilha Terceira. He married Margarida Gonçalves on 28 Jan 1664 in Sé, Angra, ilha Terceira.


Terceira Sé

João Luís Margarida Gonçalves

1664 6 180


Viúvo de São Bartolomeu.


Possível primeiro casamento:

Terceira São Bartolomeu

João Luís Luzia Gonçalves

1652 ob. 2 64

http://culturacores.azores.gov.pt/biblioteca_digital/TER-AH-SAOBARTOLOMEU-C-1606-1653/TER-AH-

SAOBARTOLOMEU-C-1606-1653_item1/index.html?page=93

(Conferir óbito de Luzia Gonçalves cc João Luiz entre 1652 e 1664, em S. Bartolomeu)

ÓBITO:

LUZIA DA MOTA M.ER DE JOAO LUIZ

http://culturacores.azores.gov.pt/biblioteca_digital/TER-AH-SAOBARTOLOMEU-O-1659-1706/TER-AH-

SAOBARTOLOMEU-O-1659-1706_item1/index.html?page=20



31. Margarida Gonçalves .






Sixth Generation


40. Belchior da Costa .


42. João Nunes .João casou-se com Brites Gonçalves.


Fregueses que foram da freguesia de Santa Luzia.



43. Brites Gonçalves .


48. Antônio Fernandes nasceu cerca de 1576. Ele morreu em 26 de dezembro de 1660 em São Bartolomeu dos Regatos, ilha Terceira. Ele se casou com Isabel da Rocha em torno de1601.


Faleceu com testamento.

Transcrição do óbito:

An.to Frz

Em vinte e seis dias de Dezembro fim do anno de

mil e seiscentos e sessenta; falleceo An.to Frz. dos Re=

gattos. Recebeo os D.nos Sacram.tos Fez testamento

e esta enterrado em esta igreja do Apostolo Sao Bar=

tholomeu, e assinei dia, mes, e anno assima, elhe deo

sepultura o vigr.o joao frz dinis. assim disia o termo

[o vigr.o Jo. Ferreira]

http://culturacores.azores.gov.pt/biblioteca_digital/TER-AH-SAOBARTOLOMEU-O-1659-1706/TER-AH-

SAOBARTOLOMEU-O-1659-1706_item1/index.html?page=5

 

Observação: Os batismos dos primeiros filhos indica uma relação forte de compadrio com as famílias Vaz e Gonçalves de São Bartolomeu. Poderá haver relação de parentesco entre eles ainda não identificada:

O filho Pedro, bat. 17 Nov 1602

Padrinhos: Bartolomeu Vaz e Isabel Gonçalves, filha de Pero Gonçalves


A filha Maria, bat. 13 Jun 1606

Padrinhos: Gaspar Gonçalves e Barbara João, muher de Gaspar Vaz


A filha Luzia, bat. 30 Apr 1610

Padrinhos: Gaspar Vaz e Antonia Fernandes filha de Manoel Fernandes



49. Isabel da Rocha nasceu em torno de 1581. Ela morreu em 16 de novembro de 1663 em São Bartolomeu dos Regatos, ilha Terceira.

A primeira da família Rocha, Rocha Compasso, que identificamos. Não foi possível, até o momento, seguir além dela. Talvez se o seu testamento estiver disponível, seja possível ir além dela.


Faleceu com testamento.
Transcrição do óbito:

Em os deseseis de Novembro do anno de mil, e seis centos,

e secenta, e tres Faleceu Isabel da Rocha viuva de An=

tonio Frz. Fez testam.to recebeu os Santos Sacram.tos

está enterrada em esta igr.a do Apostolo São Br.to

e assinei dia, mes anno assima

[O vigr.o Joaõ Frz Diniz]

http://culturacores.azores.gov.pt/biblioteca_digital/TER-AH-SAOBARTOLOMEU-O-1659-1706/TER-AH-

SAOBARTOLOMEU-O-1659-1706_item1/index.html?page=19



50. Bartolomeu Vaz nasceu em torno de 1585 em São Bartolomeu dos Regatos, ilha Terceira. Ele se casou com Margarida Vaz em 30 de maio de 1610 em Angra (Santa Luzia), Ilha Terceira.

Data de nascimento hipotética, estimada a partir do casamento.


51. Margarida Vaz nasceu em Santa Bárbara das Nove Ribeiras.


56. Manuel Pires nasceu em Santa Bárbara, Angra, Ilha Terceira. Ele se casou com Ana Rodrigues em 10 de agosto de 1608 em São Bartolomeu dos Regatos, ilha Terceira.


57. Ana Rodrigues nasceu em São Bartolomeu dos Regatos, ilha Terceira.


58. Gaspar Vaz .Gaspar casous-se com Catarina Gonçalves em 28 de outubro de  1584 in Santa Bárbara, Angra, Ilha Terceira.



59. Catarina Gonçalves .


60. João Luís .João casou-se com Bárbara Gonçalves em 04 de julho de 1623 em São Bartolomeu dos Regatos, ilha Terceira.


61. Bárbara Gonçalves .


62. Sebastião Alvares .Sebastião casou-se com Isabel Gonçalves em 13 de outubro de1630 em Lages, Praia da Vitória, ilha Terceira.

 


63. Isabel Gonçalves .


Sétima Geração


100. Gaspar Vaz. Ele se casou com Maria João.


101. Maria João .


102. Manuel Fernandes Balieiro .Manuel casou-se com  Bárbara Migueis em 1587 em Santa Bárbara das Nove Ribeiras, ilha Terceira.



103. Bárbara Migueis .



112. Manuel Pires nasceu em Santa Bárbara, Angra, Ilha Terceira. Ele se casou com Catarina Dias em 28 de janeiro de 1571 em Sé, Angra, ilha Terceira.


113. Catarina Dias nasceu em Sé, Angra, ilha Terceira. Ela morreu antes de 10 de agosto de 1608.


114. João Rodrigues .João married Antônia Fernandes.


115. Antônia Fernandes .


116. A.o [Alvaro ou Antonio] Vaz .A.o casou-se com [...] Gonçalvez.


117. [...] Gonçalvez .


118. Agostinho Ribeiro .Agostinho casou-se com Isabel [Alvares?].


119. Isabel [Alvares?] .


120. Amaro Luís .Amaro casou-se com Maria João.


121. Maria João .


122. Francisco Luis .Francisco casou-se com Inês Rodrigues.


Jorge Forjaz o nomeia Francisco Martins.



123. Inês Rodrigues .


124. Simão Alvares .Simão casou-se com NN Gonçalves.


125. NN Gonçalves .


126. Antonio Gonçalves .Antonio casou-se com NN Pires.


127. NN Pires .



terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

Primeiro livro de Casamentos de Viamão: 1748-1785

Os registros de casamento de Viamão presentes no Projeto Resgate de Fontes Paroquiais da UFRGS abrangem o período de 1747 a 1759 (Denominadas no Projeto como “folhas 1 a 76v.”). O livro, entretanto, abrange assentos do período de 1747 até 1785, dispostos desordenadamente.

José Lutzenberger, Igreja de Viamão Antiga. Aquarela.


Apresentamos aqui os registros previamente indexados pelo supracitado projeto e o complementamos com o restante das páginas não constante no projeto resgate. Além disso, fizemos uma revisão, junto à documentação original, dos registros já indexados em tal projeto, corrigindo ou complementando quando necessário.

A atribuição de número das folhas (coluna “Folha”) é o fornecido pelo Projeto Resgate. Como não fomos capazes de identificar tal numeração no documento original entre os registros que não estão presentes no referido Projeto (à exceção de algumas poucas páginas ao final do livro), não optamos por não manter a numeração naqueles inéditos que aqui indexamos. Seguimos a ordem das folhas tais como estão digitalizadas no site Family Search [familysearch.org], e não de forma cronológica, pois nos pareceu que essa é a forma como o livro encontra-se atualmente depositado na Cúria Metropolitana de Porto Alegre. Assim, a coluna “Registro” está ordenada de acordo com a ordem no site familysearch.org, assim como a coluna “Referência no Family Search” indica a imagem digitalizada pelo Family Search, bem como se se trata da página à esquerda (“esq”) ou aquela da direita (“dir”) na imagem digitalizada.
Os registros não indexados pelo Projeto Resgate, por escaparam ao escopo temporal do referido Projeto, e que foram indexados por nós, estão identificados com a sigla “NIPR” (‘Não Indexado no Projeto Resgate’), na coluna “Folha”.

As informações que originalmente constavam nos assentos mas foram apagadas ou destruídas pelas condições do livro foram, quando possíveis, recolhidas em documentação coeva (batismos, óbitos e habilitações de casamento) e colocadas entre chaves: [ ].

Os trechos que não tivemos capacidade de transcrever foram colocados entre chaves com reticências: […]

Eventuais informações não constantes no documento original, mas que complementam, corrigem ou esclarecem o documento original foram colocadas na coluna “Outras informações”.

Informações constantes no documento original e que expandem o comum do assento (nome dos nubentes, data, nome dos pais), tais como declarações sobre determinadas condições dos nubentes, trajetórias de vida, etc., foram colocadas na coluna “Nota”.

Referência no Family Search:
Brasil, Rio Grande do Sul, Registros da Igreja Católica, 1738-1952> Viamão> Nossa Senhora da Conceição> Matrimônios 1748, Fev-1777, Jan

Endereço no Family Search:
https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:939N-H2C3-H?wc=M78N-JNL%3A371594701%2C371567402%2C371803701&cc=2177295

Autoria:
Transcrição dos registros inéditos, revisão dos registros do Projeto Resgate, notas e complementos: Vinícius Oliveira Godoy.
Transposição para Planilha de dados dos registro no Projeto Resgate: João Batista Lopes da Silva.

 Acesso ao trabalho:

Primeiro livro de Casamentos de Viamão (1748-1785) 

 

 

A origem da família Barcellos do Sul do Brasil

 

 Para Edelvira Barcellos Sant'Anna (1906-1948), minha avó, in memoriam.

    A família Barcellos que se estabeleceu no estado de Santa Catarina e que, mais especificamente por alguns ramos, estabeleceu-se no Brasil já foi tratada nesse blog, especialmente seu ramo sul-rio-grandense. Conhecíamos a sua varonia, que chegava a um dos povoadores dos Açores, João da Ponte, Senador em Angra do Heroísmo que acompanhou o flamengo Jacome de Bruges no povoamente e primeiro governo da Ilha Terceira. Entretanto, desconhecíamos a origem do sobrenome Barcellos propriamente dito, já que esse seguia por linha varonil tão apenas até o Manuel de Barcellos de Aguiar, imigrante que veio para o Brasil em meados do século XVIII, como casal de número (casal del-Rei), durante o grande processo migratório açoriano para o sul do Brasil. Manuel de Barcellos de Aguiar (batizado a 24 de maio de 1693 em Fonte do Bastardo, Praia da Vitória, Ilha Terceira, casado em primeiras núpcias com Maria de Santo Antônio, em 8 de janeiro 1720, na mesma freguesia do batizado e, após ficar viúvo em 17 de fevereiro de 1736, casado em segundas núpcias, a 9 de julho 1736, na mesma freguesia, com Josefa da Conceição e com essa última esposa vem para o Sul do Brasil em torno de 1750) é filho de Domingos de Aguiar de Andrade e de Lucrécia Camelo, sendo seus avós paternos Sebastião Cardoso da Ponte e Maria de Aguiar e os maternos Sebastião da Costa e Catarina Camelo. Portanto, na geração de pais e avós havia um silêncio quanto ao sobrenome Barcellos. Apesar desse desaparecimento do apelido, seguindo alguns dos parentes colaterais aquele imigrante, já havíamos observado que, pela familiar Aguiar, alguns primos maternos de Domingos de Aguiar de Andrade mantinham o sobrenome Barcellos, tal como o filho de Domingos também o fazia: uma irmã de Maria de Aguiar (a avó paterna de Manuel de Barcellos de Aguiar), Joana de Andrade (não confundir a mãe homônima de ambas), é mãe de Francisca de Andrade de Barcellos (que se casa em 12 de janeiro de 1668 na Vila da Praia).



    Recentemente, através de um cotejo do manuscrito da Fénix Angrense (escrita entre 1683 e 1711 e também referida como Fénix Angrence), do Padre Manuel Luis Maldonado, com a obra Genealogias da Ilha Terceira, de Antônio Ornelas Mendes e Jorge Forjaz (publicada em 2007), nos foi possível confimar a hipótese da origem desses Barcellos ligados àqueles Aguiar da avó de Manuel de Barcellos de Aguiar. 

    Observa-se com frequência, nas linhagens portuguesas, que a transmissão de sobrenomes não segue uma linha rigorosa de sucessão varonil, mas sujeita-se muito mais às condições de status e reconhecimento de determinados apelidos, muitas vezes mantendo-se a memória de apelidos a muito não utilizado por determinado ramo familiar, e que são recuperados em gerações bem posteriores, o que é precisamente o caso, conforme veremos.

    Maria de Aguiar, a avó de Manuel de Barcellos de Aguiar, casada a 26 de fevereiro 1631 com Sebastião Carsoso da Ponte, é filha de Domingos de Aguiar e de outra Joana de Andrade. É na folha 261 da Parte Genealógica da Fénix Angrense que vemos (detalha da imagem abaixo) que Joana de Andrade casada com Domingos de Aguiar é filha de Bartolomeu Vieira e de sua primeira mulher, Francisca de Andrade. 


 

    A família de Domingos de Aguiar, casado com Joana de Andrade, segue por varonia até João Rodrigues de Aguiar, neto materno de um povoador da ilha Terceira, João de Aguiar. A família de Bartolomeu Bartoloemu Vieira, pai de Joana de Andrade, segue também por varonia até outro povoador dos Açores, Diogo Álvares Vieira, Cavaleiro fidalgo da Casa Real, etc.  Mas é através da ascendência que segue pela mãe de Joana de Andrade, Francisca de Andrade, que chegamos aos Barcellos. 

    Francisca de Andrade tem seu nome completo referido no vol. II - 'Bittencourt e Canto', à página 99 da obra Genealogias da Ilha Terceira (bem como na mesma obra no título Barcelos, §5°, n° 4): Francisca de Andrade de Ávila. Francisca casa-se em 12 de fevereiro de 1578 na Vila da Praia, ilha Terceira com o referido Bartolomeu Vieira. Ela é filha de André Martins de Ávila (filho de Martim Anes, o da Abelheira e de Catarina Gonçalves d'Ávila) e de Maria de Barcellos Machado (imagem abaixo) - portanto, mais uma transmissão feminina: através da avó materna de Joana de Andrade, chegamos à origem da trasmissão secular do sobrenome Barcellos. 


 


     A referida Maria de Barcellos Machado é filha de João de Barcellos Machado, que, com seu irmão Afonso, foi armado cavaleiro em Santa Cruz de Cabo de Gué, no Norte de África, pelo governador D. Francisco de Castro, sendo esta mercê confirmada por carta régia de 28.7.1523 (Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Chanc. de D. João III, L. 45, n. 104) e de Maria Gonçalves Fagundes (filha de João Álvares de Carvalho, "o dos granéis" e de Beatriz Rodrigues Fagundes - segue-se, por essa, em Baldayas e Fagundes). 

João de Barcellos Machado, por fim, é filho do povoador Pedro (Pêro) de Barcellos, que possivelmente foi o primeiro de sua linhagem a adotar o sobrenome originário  de lugar, dado que é originário da cidade de Barcellos, e de Inês Gonçalves Machado (os descendentes de Pedro de Barcellos e Inês Gonçalves Machado tirarão brasão de armas a partir da família Machado, de sua antepassada, como outro filho do casal, Diogo de Barcelos Machado). 

 

Temos, portanto, estabelecida a ligação primeira, de origem toponímica, da família Barcellos do Sul do Brasil à sua origem na histórica cidade de Barcelos, Norte de Portugal. 

Solar dos Pinheiros, Barcelos, Portugal: algumas genealogias antigas filiam Pedro de Barcellos aos nobres Pinheiros, alcaides-mores de Barcelos.

 

    Por último, digno de nota que Pedro Barcellos, origem da família e que veio da vila de Barcelos para a ilha Terceira no tempo de Antão Martins Homem em finais do  séculco XV e recebeu desse terras de sesmaria na década de 1490, entre as freguesias de Quatro Ribeiras e Biscoitos, é o mesmo que, junto de João Fernandes Lavrador, a mando do rei D. João II (ou de D. Manuel) realizou expedição marítima na América do Norte, sendo o descobridor ou um dos primeiros europeus a chegar à Groenlândia e ao Labrador (que tem seu nome por conta daquele João Fernandes Lavrador), no Canadá. 

Detalhe de um mapa de 1534, mostrando as "Terras de Lavrador", descobertas por João Fernandes Lavrador e Pêro de Barcellos

 

Pedro de Barcellos morre em 8 de abril de 1507, em seu testamento intitula-se "escudeiro, Vassalo Del-Rei¹.

1. NORTON, Artur Manuel e MENDES, António Maria Ornelas. Carta de Brasão de Armas XIII: III Estudo genealógico da família do armigerado. Barcelos da Ilha Terceira. In: Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, Vol. XXXIV, 1976. p. 88. 

 

Obras consultadas:

MALDONADO, Manuel Luis. Fénix Angrence. Vol. I _ Parte Genealógica (manuscrito). 1683-1711.

MENDES, António Ornelas e FORJAZ, Jorge. Genealogias da Ilha Terceira. Angra do Heroísmo: Dislivro Histórica, 2007.

NORTON, Artur Manuel e MENDES, António Maria Ornelas. Carta de Brasão de Armas XIII: III Estudo genealógico da família do armigerado. Barcelos da Ilha Terceira. In: Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, Vol. XXXIV, 1976. p. 88.


segunda-feira, 26 de julho de 2021

Primeiros assentos de Crismas de Viamão/RS: 1783 - 1800

 

Primeiros assentos de Crismas da Freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Viamão/RS (1783 - 1800)



Este é o primeiro livro conhecido em que foram lançados os assentos dos crismados da freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Viamão, segunda cidade mais antiga do Estado mais meridional do Brasil, o Rio Grande do Sul (à época, Capitania do Rio Grande de São Pedro). Observamos que no primeiro livro dos batismos de Viamão e que abrange o período de 1747 a 1759, crismas são citadas junto ao batismo de duas crianças: Francisco, filho de José Pinto Bandeira e Bernarda Gonçalves, batizado em 5 de abril de 1752 (“a criança foi crismada") e Benedita, filha de João de Magalhães e Maria Moreira Maciel, batizada em 9 de abril de 1755 (“Em crisma mudou o nome de Benedita em Ana”). Não se sabe onde terão sido crismadas, mas pode se supor que o sacramento tenha sido administrado fora da Capitania, em Laguna, Santa Catarina, local de partida dos pais, dois conhecidos desbravadores do Sul do Brasil.

O período abrangido é de 13 de julho de 1783 a 14 de fevereiro de 1800. O contexto inicial, é de uma vila que há dez anos havia deixado de ser capital da Província (1763-1773) e de 36 anos da criação da freguesia. O bispo responsável pelo sacramento é Dom José Joaquim Justiniano Mascarenhas Castelo Branco, bispo do Rio de Janeiro, cujo mandato abrange todo o período das crismas e o ultrapassa:1773-1805. A administração do sacramento será feita por visitadores autorizados pelo bispo.


D. José Joaquim Justiniano Mascarenhas Castelo Branco 



Os assentos aqui apresentados constituem a primeira parte de um livro no qual, em sua parte seguinte, foram registrados os batizados de Viamão do mês de julho de 1813 ao mês de março de 1820.

No primeiro conjunto de crismas, ao longo dos meses de julho a novembro de 1783, em dezessete sucessivas cerimônias (treze semanas), foram crismados 1008 fregueses de Nossa Senhora da Conceição de Viamão, pelo visitador Dr. Vicente José da Gama Leal:

  • Domingo, 13/07/1783, 46 crismados.
  • Domingo, 20/07/1783, 96 crismados.
  • Sexta-feira, 25/07/1783, 94 crismados.
  • Sábado, 26/07/1783, 256 crismados.
  • Domingo, 27/07/1783, 115 crismados.
  • Domingo, 03/08/1783, 90 crismados.
  • Domingo, 17/08/1783, 45 crismados.
  • Domingo, 24/08/1783, 61 crismados.
  • Sexta-feira, 29/08/1783, 2 crismados.
  • Domingo, 31/08/1783, 24 crismados.
  • Domingo, 07/09/1783, crismados.
  • Segunda-feira, 08/09/1783, 21 crismados.
  • Domingo, 28/09/1783, 39 crismados.
  • Segunda-feira, 29/09/1783, 22 crismados.
  • Domingo, 12/10/1783, 29 crismados.
  • Domingo, 26/10/1783, 10 crismados.
  • Domingo, 02/11/1783, 14 crismados.


Seguem-se duas outras semanas de 359 crismas em 31 de dezembro de 1796 e o primeiro dia de janeiro de 1797, tendo agora Agostinho José Mendes dos Reis como visitador:

  • Sábado, 31/12/1796, 290 crismados.
  • Domingo, 01/01/1797, 68 crismados.


Finalmente, em três momentos do mês de fevereiro de 1800 registram-se as últimas 135 crismas deste livro, administradas pelo visitador Bento Cortês de Toledo:

  • Domingo, 02/02/1800, 37 crismados.
  • Sexta-feira, 07/02/1800, 46 crismados.
  • Sexta-feira, 14/02/1800, 52 crismados.


A interrupção da transcrição das crismas neste livro deve-se a uma escolha  administrativa do visitador, conforme vê-se anotada ao final da transcrição desses assento, eu cito:



"Aos vinte nove de Setembro e aos dois de Outubro de=

mil oitocentos e tres, nesta Igreja Matris de Nossa Senhora da

Conceição de Viamão. Adeministrando nella o Sacramento da

Confirmação o Muito Reverendo Senhor Vezitador=

Agostinho José Mendes dos Reis com Faculdade do

Excellentissimo e Reverendissimo Senhor Dom Joze Joa=

quim Justiniano Mascarenhas Castel Branco, Bispo

Diocezano, tive ordem de não lançar neste livro o Rol dos

Chrismados, o qual mereporto - Freguezia de Nossa Senhor

ra da Conceição de Viamão 5 de outubro de 1803//

O Vigario Vicente Estacio Pereira Roriz"

"Visto em Vizita. Como se acha sem servicio, euzo

este livro, o aplico que Servira para asentos dos

Baptizados das peçoas Livres, sendo o que actualm.te

serve, atendendo a pobreza da Fabrica. N. Snr.a da

Conc.m de Viamão 31 de Dezembro de 1811

[RUBRICA]"


Ao todos, registram-se as crismas de 1501 indivíduos. Em sua maioria, administrada aos brancos livres da freguesia (ou seja, os não identificados como escravos, ex-escravos ou ameríndios). Nos primeiros livros, registra-se a presença de alguns ameríndios (referidos genericamente como “Guaranis”). Ao final de cada transcrição diária das crismas registram-se a crisma dos escravos (incluídos entre eles, com menos frequência, os filhos de ex-escravos alforriados).
As idades variam significativamente, crismando-se desde crianças com poucos meses, até os jovens, adultos e os idosos da freguesia. Solteiros e casados. Vê-se um esforço por parte da Igreja em crismar toda a população carente do sacramento, na freguesia e mesmo em freguesias vizinhas, como as de Porto Alegre e de Santo Antônio da Patrulha (“Guarda Velha”).


Abertura do livro de Crismas pelo Visitador Dr. Vicente José da Gama Leal, em 1783.



Em geral, entre os brancos livres nomeiam-se os pais das crianças e dos jovens solteiros (à exceção dos “expostos”, em que se indicam os que os adotaram, e dos filhos naturais, geralmente nomeando apenas a mãe). Com muito menos frequência, nomeiam-se pai e mãe dos adultos solteiros e, muito raramente, dos casados; registram-se sua origem, se desta freguesia, de outras freguesias da província , de outras partes do Brasil ou fora dele.
Quanto aos escravos, raramente registram-se o nome dos pais e, em boa parte, vê-se anotada a sua origem: desta freguesia, de outras regiões do país ou de sua “origem” no continente africano, com os conhecidos termos: Monjolo, Benguela, Angola, Guiné, etc. (colocamos o termo entre aspas – “origem” – já que, possivelmente, correspondam mais ao entreposto onde foram negociados e sequestrados do que necessariamente a uma origem étnico cultural).
Procurou-se, nessa indexação, a maior fidelidade possível à fonte primária, apresentando-se todos os dados disponíveis no documento original. Os prenomes foram atualizados, conforme é o padrão em indexações deste tipo: facilita-se a busca por nomes e ignora-se idiossincrasias do escrivão e a falta de regras rígidas na ortografia dos nomes. A ordem apresentada é a das páginas no original (as quais estão aqui referidas, para melhor consulta à fonte primária), ainda que estejam desordenadas em alguns poucos casos, como nos três primeiros registros: o primeiro deles começa em 13 de julho de 1782, segue-se o do dia 3 de agosto de 1783 e retorna-se aos 20 de julho de 1783. Quaisquer observações colocadas à margem dos registros estão aqui indicadas na última coluna.
Quaisquer dúvidas, sugestões ou correções poderão ser encaminhadas através do e-mail ou do formulário, indicados na barra à direita da página.
Por conta do tamanho da tabela, optou-se por indicar o link para sua consulta do que colocá-la diretamente no blog. É o que segue:



Fontes consultadas:

  • Arquivo Histórico da Cúria Metropolitana de Porto Alegre - Viamão, Nossa Senhora da Conceição, Livro 7 dos Batismos, pp. 1-115 (Crismas). Consultado em: familysearch.org

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